quarta-feira, 27 de março de 2013

Procurando



    Mansores, uma vista panorâmica do lugar da vila a partir do Calvário - lugar da Estrada.


Procurando

Dei-te os meus textos para ler,
Não tiveste tempo para o fazer.
Dei-te um pouco de mim,
De um jeito simples, assim.

Um tempo sem tempo para estar,
Um pouco com o amigo conversar.
Fiquei triste, o coração amargurado,
Num profundo silêncio guardado.

Invento uma mentira para não chorar,
Um querer não saber da verdade.
Serás ainda amigo, será saudade,
De um outro tempo só recordar?

Cabisbaixo, meu pequeno caminhar,
Caminhos pequenos, apenas vagueando.
Oh vento que me sussurras, neste estar
De alma vazia, por um amigo procurando.

Onde te posso encontrar, amigo?
Diz-me onde vais, que irei contigo.
Não te deixarei ir, assim tão sozinho,
Por esse carreiro, por esse caminho.


Quarta-feira, dia 20 de Março de 2013




domingo, 17 de março de 2013

Menino



    Mansores - Monte do Crasto - o Homem e a Natureza em Harmonia


Menino
Se ao menos eu me pudesse entender,
minha sorte, tudo que desejo ainda ser.
Quisesse eu compreender os universos,
das coisas e dos sentidos submersos.

Doí-me a alma por um vazio sentir,
Sem nunca o achar preencher.
Olho, penso, procuro descobrir,
que infame sorte a do meu ser.

Caminho entre dois mundos distantes,
Que procuro não confundir, equilibrar.
Não me decido, não me quero entregar
apenas a um só, todos somos amantes.

Sinto-me tantas vezes da vida ausente,
de quem não está só, mas assim sente.
Pudesse eu ser uma folha pequenina,
dançando ao vento, sempre menina.

Pudesse eu chorar de contente,
rir da minha pobre tristeza.
Não fugir de quem reza,
Não fugir de quem mente.

Pudesse, ao menos, menino ser
fundir-me na rocha, à beira rio,
Coberto de musgo, sem ter frio.
Assim ser, sem nunca ter de crescer.


Sexta-feira, 01 de Fevereiro de 2013