segunda-feira, 4 de maio de 2015



Cruzeiro no lugar das Agras, entre a Capela de Santo António e a casa do Martins.


Onde vais pastorinho pastorar,
nesse teu andar, sempre a sonhar?
Porque levas o cajado na mão,
à solta o teu fiel amigo cão?
Quem o rebanho tanto receia,
será da serra ou da alcateia?
Está chuva e frio, faz uma fogueira,
peço-te, porque não ficas á lareira?
Então porque para lá vais pastorinho,
porque te leva a vida nesse caminho?
Serão as barrigas vazias do rebanho,
o alvoroço da alvorada nos currais,
o pular irrequieto do pequeno anho,
ou  a alma que te inquieta mais?
Encosta acima, carreiros apertados,
livre-nos Deus dos maus olhados.
Porque te vais  meu pastorinho?
Ai de ti, ai de mim que fico sozinho.
 



29 de Janeiro de 2015