Cruzeiro no lugar das Agras, entre a Capela de Santo António e a casa do Martins. |
Onde vais pastorinho pastorar,
nesse teu andar, sempre a sonhar?
Porque levas o cajado na mão,
à solta o teu fiel amigo cão?
Quem o rebanho tanto receia,
será da serra ou da alcateia?
Está chuva e frio, faz uma fogueira,
peço-te, porque não ficas á lareira?
Então porque para lá vais pastorinho,
porque te leva a vida nesse caminho?
Serão as barrigas vazias do rebanho,
o alvoroço da alvorada nos currais,
o pular irrequieto do pequeno anho,
ou a alma que te
inquieta mais?
Encosta acima, carreiros apertados,
livre-nos Deus dos maus olhados.
Porque te vais meu
pastorinho?
Ai de ti, ai de mim que fico sozinho.
29 de Janeiro de 2015