domingo, 11 de julho de 2021

Perdoa-me

 Dito infinitas vezes,

repetido indefinidamente.

O que sou para ti,

distinta vida minha?

Que me queres, quanto ainda falta?

Somos um ou dois?

Não que eu fuja, me retire,

como outrora já o fiz.

Estou assim, enquanto forças houver.

Não quero mais pensar ou supor

caminhos ou soluções: és tu e só tu.

Resigno-me, decide tu.

Apenas tento controlar a respiração, 

o bater do coração, quase sem alma.

Haverão sempre linhas invisiveis,

mas que eu heide cuidar para existirem,

sempre e para todo o sempre.

Tomo-te nas minhas mãos,

ainda tenra alegria,

que agora partiste. Mas porquê assim?



Lugar das Agras, 11 de Julho de 2021