terça-feira, 20 de abril de 2021

De partida

Estou, estando indefinidamente, assim...

Não me cabe definir em palavras,

se coragem me falta para te abraçar.

Por uma última vez que seja,

jão não suporto mais.

Pedes-me com o olhar,

esse lindo olhar que eu sempre amarei.

Não suporto mais, tenho que fugir...

E não deixo de levar-te comigo, 

sempre fugindo, sempre fugindo...

De que me fiz, de que substância

todo o meu ser é composto?

Que raio me havia de acontecer,

sempre e sempre?

O que é que eu fiz, ou não?

Então, não era assim que a vida era para ser?

Então, como é que era para fazer?

E o amor, o amar, o dar-se por completo?

Não era bem assim? Então de que jeito?

Compreendi tudo errado, virado?

E agora, que não sei ser de outro jeito?


Lugar das Agras, do meu sitio, a vinte de Abril de dois mil e vinte e um

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