“A esmola”
Não há muito
tempo, já eu era um rapazola grande, era comum ver pessoas que andavam, de
porta em porta, a pedir esmola. Não que hoje não aconteça algo parecido, mas de
diferente envolvência, diferente nos propósitos, hoje pede-se, na maior parte
dos casos, por razões que nos parecem um pouco duvidosas, ficando-se, na maior
parte dos casos, com a sensação de estarmos a contribuir não se sabe ao certo
para quê. Acredito que muitas vezes as pessoas que pedem são sinceras no seu
propósito. Noutros casos, acho que apenas o fazem para alimentar certas
situações menos claras. Pedir é sempre pedir. É algo que todos nós fazemos, uns
mais, outros menos. Mas todos nós acabamos por necessitar dos outros, nesta ou
noutra situação. Mas o pedir esmola, como eu lembro de algum tempo atrás, era
diferente. Quem pedia, era para alimentar o corpo, talvez um pouco a alma.
Muitos pobres que pediam, já eram conhecidos no lugar. Vinham arrastando o
amontoado de trapos que os cobria, dormiam em qualquer palheiro ou quinteiro
que se lhes dava para ficarem. Aceitavam tudo, agradeciam o que recebiam e não
recebiam. Eram de uma simplicidade extrema, afáveis no falar, rezando sempre
pela alma dos que lhes alimentavam o corpo e a alma. Acolhidos mais facilmente
por quem também era pobre, por quem conhecia bem o que estavam a passar, por
quem sentia o que lhes ia no corpo e na alma. Muitos dos que hoje davam, também
já tinham andado a pedir, de lugar em lugar, de freguesia em freguesia. Sabiam
bem das amarguras da vida, do não ter pão para si e para os seus, das mazelas
que as doenças deixavam, tantas vezes incapacitados para trabalhar, vagueavam
de porta em porta à espera que ela se abrisse, que dela saísse uma palavra, uma
malga de sopa, um bocado de pão que tinha sido cozido já há quase uma semana
pela dona da casa, no forno que ficava por cima da lareira ou noutro local,
conforme a arquitectura da casa. Mas era sempre bem-vindo, por pouco que fosse,
não se recusava. Se não desse para mais, dava para entreter a barriga de algum
pobre animal que por vezes partilhava o mesmo caminho, a mesma sina. Em casa
dos meus pais, principalmente a minha mãe, todos os que se abeiravam da porta
eram convidados a sentarem-se à nossa mesa. Muitos aceitavam, outros não, não
sei ao certo porquê, talvez hoje possa imaginar, ficavam pelo quinteiro,
sentados na beira do carro dos bois que ai se abrigava. A panela da sopa dava
sempre para todos. O resto que havia, umas batatas cozidas com alguma coisa que
se tinha ido buscar à salgadeira, onde se guardava a carne, depois de salgada,
do porco que sempre se matava todos os anos, era repartido por todos. A
conversa era em redor do visitante. A minha mãe, sempre ela, gostava de
perguntar por este ou aquele, deste ou daquele lugar, pessoas que conhecera ou
ouvira falar, e que já há muito tempo não via. Sabia que era uma forma de saber
as novidades, alegres ou tristes, das outras bandas. Poucas vezes o visitante
nos olhava de frente. Por timidez, uma certa vergonha, um orgulho que mesmo
ferido gostava de manter, ia comendo e falando, quase ao mesmo tempo. Havia um
senhor que era mudo, que apenas dizia alguns sons. Achávamos que o percebíamos,
que sempre sabíamos o que queria. Também não era difícil, não se tratava de
nenhum discurso filosófico, de uma argumentação sobre uma qualquer tese.
Buscava apenas o que o que qualquer corpo e alma simples necessitam para se
saciar: uma tigela de sopa e um sentir de uma carinho que sempre se lhe apegava
às roupas, que eram muitos trapos velhos, e que, ainda assim, lhe chegava ao
coração, à alma. Nunca senti que, na casa dos meus pais, a presença de quem
pedia esmola fosse uma consumição, mais um a atrapalhar a porra da vida, que
poucas vezes corria como se queria. Mas não é difícil entender este espírito generoso, calorento com que se acolhia quem se abeirava da porta, de uma casa
onde a pobreza também ali morava. A pobreza, não a miséria, pois Deus nos tinha
dado a sorte de termos alguma saúde para trabalhar, algum juízo para a vida
sabermos levar. Isto porque a minha mãe, ainda hoje, lembra e conta as
passagens que viveu em pequena ou as que lhe contaram, das vidas dos seus
familiares ou vizinhos, entregues à mesma sorte. Hoje sinto, que ao receber
todas estas pessoas, era uma forma de ela falar com os seus antepassados, retribuir
desta forma quem os tinha acolhido, dar-lhes também o pouco que tinha. Pois
Eles, os seus antepassados, “um dia” também andaram de porta em porta a pedir
esmola. Tempo de uma miséria extrema, de não haver pão. Sem qualquer apoio
social, como hoje felizmente existe, quem era pobre e deixava de ter forças ou
saúde para trabalhar, só lhe restava pedir esmola. Vidas tristes, difíceis de
imaginar os tormentos de quem vagueava de porta em porta, de Aldeia em Aldeia,
de Freguesia em Freguesia, por vezes de Concelho em Concelho. Alimentando-se do
que o dia dava, vestindo-se dos farrapos que lhes iam oferecendo, sem
possibilidade de uma higiene mínima, expostos às condições climatéricas, tendo
que arranjar forças e ânimo para todos os dias se levantar, das palhas onde pernoitava,
tantas vezes partilhando o seu sono com os animais que estavam no quinteiro ou
em algum palheiro, assim levar a vida, tentando manter alguma condição Humana,
pois de Humanos estou falando.
Lembra,
a minha mãe, nas conversas que ainda temos, a sua falecida avó, que também
acabou os seus dias a pedir de porta em porta, acabando por falecer num dia
trágico, quando, por onde andava, um touro se soltou de um curral e a marrou,
provocando-lhe a morte. A vida pode ter destas coisas. A vida pode ter tantas
coisas, coisas que nem na nossa imaginação ousamos conceber. A vida pode tomar
muitas formas, muitas mudanças, muitos desafios. Ao escrever estas lembranças,
mesmo que não sejam das minhas vivências mas que fazem parte de mim por as ter
ouvido e escutado com atenção, de corpo e alma, de mim já fazem parte, em mim
já despertam pequenas lágrimas que ficam contidas, mas que foram choradas, fico
a imaginar todo o drama que é alguém ter de sair para o caminho, bater de porta
em porta. Se calhar, também eles já tinham ouvido as mesmas histórias que eu
ouço de minha mãe. Também eles, esses que tem a grandeza de não se renegarem,
de aceitarem pedir esmola, de aceitar a cruz que Deus lhes deu, sintam que
pecado é roubar ou matar, que pedir é acto de fé, de acreditar que existe
alguém para partilhar, mesmo por pouco que tenha. Também Jesus andou de terra
em terra, aceitou comida e dormida de quem lha deu; e era Jesus, filho de Deus.
Também Ele nos quis ensinar que nada de desonroso existe em pedir esmola, andar
de porta em porta. Hoje, ao olhar o meu passado e o daqueles que comigo o
partilham, sinto uma vontade imensa de olhar o céu, procurar por todas essas
almas que já partiram, meditar um pouco sobre os sacrifícios da vida, nestas
aldeias pobres, de gente que trabalha, de gente que ainda luta. Poucos já
restam, dessa casta de gente honrosa, capaz de aceitar os sacrifícios que a
vida lhes dá, lutar sempre sem esmorecer, acreditar sempre que amanhã será um
novo dia, talvez melhor. Os pobres, os verdadeiros pobres, aqueles que foram
assim criados, sabem saciar-se com pouco, ser felizes apenas com o cantar das
águas nas fontes, do chilrear dos passarinhos que em seu redor procuram
migalhas, do cantar com alegria, com alguém, uma canção triste do fado da vida.
É na vivência diária que, entre si, vão alimentando o resto do corpo e da alma,
do que a mesa não teve para dar.
Hoje,
se falta a electricidade já é um Deus nos acuda. Se a Internet não funciona, o
mundo está para acabar. Se a televisão não dá, seja lá qual for a razão, já não
se sabe viver, é melhor morrer. Se o telemóvel pifou, ai se não se arranja ou
se compra outro, sem ele já nem se sabe respirar, é o Apocalipse.
Dizemos
que estamos em crise. Os meus filhos já andam preocupados que quando acabarem
os estudos não vão arranjar trabalho. Eu estou desempregado. Que fazer? Que
coisa poderei eu lhes dizer? Que pensar? Que coisas a mim contar? Por estranho
que possa parecer, apenas me sinto angustiado quando não me sinto motivado para
fazer alguma coisa, diferente, por simples que possa ser ou parecer. Só sinto
falta é se ânimo não tenho, não me quero reger pelas leis da sociedade, do que
ela dita ser importante ou essencial para se ser alguém, importante de
preferência, rico ainda melhor. Quero antes descobrir outras riquezas, daquelas
que não reluzem ao olhar invejoso dos outros, daquelas que a mim me saciam, me
fazem contente, me dão um pouco de felicidade, não muita para não me
envaidecer. Quero ter um vizinho com uma fogueira acesa, para que eu possa ir
pedir um pouco de borralho, que trarei na palma das duas mãos, bem juntinhas,
com cuidado para não me queimar, depois de primeiro me ter colocado um pouco de
cinza, daquela que já arrefeceu, e de seguida um pouco de borralho, vermelho
como um tição, que quando chegar a casa só será preciso assoprar para a minha
fogueira também acender. Quero que as fontes tenham água, ou a nascente nas
Bouças ou na quinta da Cavada, que fica mais abaixo, para poder encher os
canecos e os baldes com água pura e cristalina, para à noite se cozinhar, a
lavagem ao gado deitar, numa bacia me lavar, talvez apenas os pés e a ponta do
nariz. Quero apenas no largo da capela a outra canalha encontrar, para correr e
brincar, uma algazarra podermos fazer. Quero apenas á noite os poucos livros na
sacola arrumar, antes de deitar, para no dia seguinte, logo de manhã, para a
escola poder ir, e aprender, coisas do saber, coisas que há para aprender, o
mundo conhecer e entender, um dia poder com ele também comunicar, me fazer
entender.
Ainda
não faltou o pão, mas todos andam famintos. Que lhes falta? Que geração somos,
que geração estamos a criar? Não somos capazes de viver com algumas
dificuldades, continuarmos a lutar, a fazer o que entretanto nos é possível
fazer, aguardando com esperança o dia de amanhã? Porque não acreditamos, porque
não confiamos? Será o saber dos valores humanos que se estão a perder? Será o
sentir que se um dia esmola se tiver que pedir, apenas vamos encontrar portas
fechadas? Estão já elas hoje fechadas, para dar pão ou um conselho com alma e
coração? Estamos também fechados, e por assim estarmos, todo o resto julgamos? Quem
sou, o que sou, o que desejo ainda ser? Esta será a pergunta mais difícil de
responder, para mim e talvez para todos. O que somos, enquanto seres individuais
e sociedade? O que defendemos, o que almejamos conquistar, com os outros
partilhar, para um todo contribuir? Que passos estamos dispostos a dar, que
caminhos ainda seremos capazes de percorrer para com alguém ir ter? Seremos
capazes de deixar o barco ou a charrua para seguir o chamamento de alguém?
Gostaria
que um dia todos fossemos capazes, incluindo-me naturalmente, de desligar a
electricidade, a água, o gás, o telemóvel, enfim, toda a tecnologia a que
estamos ligados, como se estivéssemos em algum hospital sujeitos aos cuidados
intensivos, e ver se conseguíamos viver, continuar a respirar e a comunicar, a
conviver, apenas por um dia, para podermos tomar consciência da dependência a
que estamos sujeitos com a nossa actual forma de viver. Isto, está claro, se
viver numa aldeia, tenha lareira, fontes e canados para se ir buscar a água,
lenha guardado no alpendre para cozinhar. Eu não estou a afirmar que não é bom
desfrutar dos benefícios da tecnologia. Apenas estou a sugerir que sejamos
capazes de fazer este pequeno exercício, ver como reagiríamos. Considero muito
importante tomar consciência de tudo o que somos, que nos envolve, e sermos
capazes de, perante alguma dificuldade da vida, continuar a respirar, a
socializar, a trabalhar, enfim, a viver.
Quando
fui para a secundária, com onze anos, comecei a convencer os meus pais para
fazerem um pequena casa de banho, com sanita, lavatório, bidé e um chuveiro. A
retrete que existia dava apenas para fazer as necessidades. Mas não tinha uma
sanita, era apenas uma estrutura em cimento, com um assento em madeira, e que
ligava directamente à fossa. Como era natural, o cheiro das fezes vinha para
cima, era preciso deitar água com um balde para ficar mais ou menos limpa. Ficava
no cimo das escadas, fora da porta da cozinha. Durante a noite, cada quarto
tinha o seu penico, pois ninguém queria ir à retrete durante a noite, abrir a
porta da cozinha, sair de casa para fazer as suas necessidades. De manhã todos
despejavam o penico na retrete. E mesmo assim, já era muito melhor do que a que
havia antigamente, no canto do quintal. Esta pelo menos ficava junto á casa,
logo no pátio que dava para a cozinha. Para nos lavarmos, era usada uma bacia.
A água era aquecida numa panela de ferro, com três pernas, muito preta.
Maiorzito, como via os chuveiros na escola, e gostava, temperava a água e
enchia um regador. Depois, já dentro da bacia, pegava no regador e deitava por
mim abaixo, como se fosse um chuveiro. Gostava muito de o fazer, até que consegui
lá convencer os meus pais a fazer a tão desejava casa de banho. Ficou no mesmo
local da antiga retrete. Era pequena,
mas já dava. Com sanita, lavatório, bidé, e o tão esperado chuveiro. Tinha água
quente que vinha de uma caldeira que se instalou na lareira. Estava perfeita.
Foi uma grande obra na casa dos meus pais. Assim como as janelas de alumínio
que vieram substituir as velhas de madeira, que já estavam podres. No meu
quarto, e do meu irmão mais velho, o Joaquim, andava sempre a colocar plásticos
no sítio onde devia ter vidros, para não entrar o frio nem a chuva. No quarto
de fora, um que se fez ao lado da antiga retrete, para o meu falecido tio
Manuel, dos Moreiras da Mata, irmão da minha avó paterna, a Sra. Ermelinda, era
bem pior. Como não tinha telha a cobrir, apenas uma placa em betão, era muito
frio no inverno e muito quente no verão. A placa em betão tinha rachado e metia
água em alguns sítios. Tínhamos que desviar a cama e colocar bacias a apanhar a
água. Quando caia geada ou neve, dentro do quarto a água também gelava. Dormia
com o meu irmão, com uma carrada de cobertores, cobrindo até a cabeça, para se
aguentar o frio. Mas éramos canalha nova, aquecíamos mais depressa os pés do
que agora. Nascido e criado numa família pobre, vejo com outros olhos as
dificuldades actuais. Também as sinto, mas não ouso blasfemar.
Comparativamente, ainda vivemos bem melhor do que os nossos antepassados.
Preocupa-me é o futuro, a forma como se estão a “criar” as novas gerações. O
seu espírito de sacrifício, a forma de lidar com as adversidades da vida, sem
nunca desistirem, nunca se quedarem, nunca procurarem caminhos fáceis que
hipotecam o seu futuro, e os demais. A perseverança é uma qualidade que vai
faltando a muitos. Existe um espírito “existencialista”, vivendo apenas o
presente e um futuro muito próximo. Faltam estadistas, Homens de visão mais
alargada, mais conhecedores das diferentes realidades dos que constituem a
actual sociedade, que visionem mais além, que desafiam as presentes leis
económicas, que lancem bases para uma construção sólida, com alicerces que
sustentem o futuro. Hoje é comum ouvir-se “...isto não vale a pena”, como se de
uma opinião sábia se tratasse. Quantas vezes é apenas o admitir de não se estar
disposto a fazer algo que só as gerações seguintes iriam tirar proveito. Se
fazemos uma plantação de pinhal, apenas se pensa naquilo que em vida possamos
colher. Não está certo nem errado, mas que seria de nós se os nossos
antepassados não tivessem deixado pinheiros a crescer, castanheiros, ainda sem
dar fruto, na sua vida? Que tínhamos hoje para colher? O que vamos deixar para
as gerações futuras colher? Já parecemos aqueles da canção”... Eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.”. Devastados por estes princípios, assim
sinto, que, por todos os meandros da sociedade, se vai padecendo. Pior que uma
peste, por mais “vidas” dizimar, por mais difícil de se curar.
Não
motivado nem aliciado pelas esferas politicas, que posso eu fazer, que poderão
todos os cidadãos, que como eu pensam, fazer? Será cobardia este alhear-se do
que se passa e decide nas reuniões de uma Junta de Freguesia ou de uma
Assembleia Autárquica? Será preciso dizer que está errado, quando de outra
forma não o pode ser? O que move os nossos representantes políticos, à luz da
constituição do regime democrático que nos governa, ou desgoverna, a deliberar
por tais caminhos? Ao conhecermos um pouco melhor os senhores do poder, seja
ele em que esfera for, verifica-se que pertencem quase exclusivamente a um
determinado sector da sociedade, mais abastada, ocupando uma posição
confortável na hierarquia social, pois ao contrário do que muitos dizem, sempre
existiu e existirá. Isto, por si só, nem é bom nem mau, é apenas um constactar
um facto real. A pergunta que a mim coloco, é muito simples: isto é uma lei
sagrada da matemática, ou é algo mais complexo, abrangendo muitos outros
significados? Poderão estes Senhores, nascidos e criados longe das portas de
quem anda ou já andou a pedir esmola, compreender as dificuldades dos muitos
pobres, as suas ansiedades como seres Humanos, no dizer, iguais?
A
dor é algo difícil de quantificar, talvez impossível de mensurar. Cada um sente
de forma diferente. Poderei eu dizer que sei a dor que alguém sente, se nunca
estive em situação idêntica? Poderei eu teorizar, se nunca essa realidade vivi?
Para muitos conceitos isso acontece. Para outros é mera utopia, de quem deseja
lavar as mãos, encenando uma falsa caricatura, mostrando o seu desdém em forma
de sabedoria. Uma forma hipócrita de parecer bem, aos que de bem nada tem.
Porque quem realmente sente, vive a vida de uma forma mais cristalina, a estes,
esse lamurio nada dizem, ou melhor dizendo, apenas dizem da hipocrisia de que é
feito. Porque apenas agindo, fazendo algo para atenuar esse sofrimento, se
compreende que se esteja “sentindo” a dor desse alguém que sofre. Não busco a
perfeição nas palavras nem nos actos. Apenas me interrogo quando vejo certas
barbaridades cometidas á luz do direito, do poder que tem. E nada os incomoda,
dormem de consciência tranquila. Dormem o tanas, que raio de consciência podem
lá ter. Apenas se iludem nas mentiras que muitas vezes contam, na esperança que
se torne verdade. Verdadeiros alquimistas no mistério da transformação. A um
povo acomodado vão enganando, iludindo. Mas porque o fazem? Esta talvez seja, sempre,
a minha maior interrogação!
10 de Dezembro de 2012
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