A
Marta era uma criança muito amorosa que adorava animais. Com os seus sete anos,
tinha um corpo franzino, os olhos castanhos e pequenos. Tinha o cabelo preto
com uns lindos caracóis. Adorava que a sua mãe lhe fizesse todas as manhãs uns
totós. Só usava meias às riscas que podiam ser de variadas cores. Vivia com os
seus pais à beira de um rio com um enorme jardim onde costumava brincar
com os seus vizinhos. No seu quarto havia muitos espelhos e bonecas espalhadas
por todos os cantos. Naquela noite o vento soprava muito forte. Ela adormeceu
cedo no quentinho da sua caminha. Na manhã seguinte acordou cedo. Era um dia de
Outono e chovia muito. Ao espreitar pela janela do seu quarto viu uma pequena
tartaruga. Parecia estar aleijada. Não pensou em mais nada senão ir socorrê-la.
Vestiu-se à pressa com roupa muito quentinha, correu para a mãe e contou-lhe o
que tinha visto.
-Mãe,
está lá fora uma tartaruga- disse ela preocupada.
-Calma,
primeiro toma o pequeno-almoço que eu ajudo- respondeu a mãe tentando acalmar a
filha.
A
Marta, um pouco amuada, fez-lhe a vontade. Rapidamente tomou o pequeno-almoço
na ânsia de ir ajudar a pobre tartaruga. Juntamente com a mãe foi buscar uma
caixinha e, depois de bem agasalhados, meteram-se à aventura. Lá fora fazia chuva,
frio e muito vento. Era preciso tomar cuidados para não adoecerem. Ao chegarem
perto da tartaruga, viram um animal assustado e em sofrimento. Sem pensarem
duas vezes colocaram-na na caixinha e regressaram a casa rapidamente. Já no
quentinho junto à lareira, observaram melhor o que se passava com ela e então
descobriram um espeto na sua patinha direita. Com muito cuidado, a mãe depois de ter ido buscar o estojo de
primeiros socorros, começou a tarefa delicada de lhe tirar o espeto. A Marta
estava ansiosa e preocupada. E enquanto fazia mimos à pequena tartaruga ia
conversando com a mãe e pedindo-lhe para ela não magoar a sua nova amiga. Tudo
correu bem e era visível a alegria da tartaruga. A Marta insiste com a mãe em
ficar com ela a mãe explica-lhe que ela tem de viver ao ar livre. Então surgiu
a ideia de a colocar no lago que existia no jardim. Assim a Marta podia
visitá-la todos os dias.
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