quinta-feira, 14 de junho de 2012

A dor que existe


Uma guerra silenciosa se vive,
em todo o mundo presente.
A cada instante se cai, ausente
da luta por quem sobrevive.

Os olhares famintos a dor já não sentem.
O pão já não sacia a fome por não existir.
Que destino hediondo, sem nada para sentir,
nem umas lágrimas haverem para libertarem.

Que a morte possa tranquilizar
o que o homem não quis evitar.
Que a morte os possa alegrar
do sofrimento de tanto esperar.

Que exista o Céu, o paraiso,
para estes santos olhos acolher.
desde o nascer até ao morrer,
foi sempre esperar somente um sorriso.

Oh pais que vossos filhos embalais,
nesses braços vergados, curvados,
de Deus nunca vos esqueçais,
já que dos homens estais desenganados.

Perdoai-me de todos os meus pecados,
de a vida não poder oferecer por um amigo.
Ofereço-me nestas palavras, abençoados
pela dor que sinto e esquecer não consigo.

A vós que eu vejo tão longe, mandarei
pelos filhos que crio, pelos pais que estimo,
pelos animais que cuido, pela terra que cultivo
tudo de mim, tudo para vós, que tão longe estais.

No canto que Deus me deu para viver,
tudo de bom semearei para que cresça,
um dia floresça e veja sementes a crescer
que o vento pelos céus levará e a vós ofereça.

As sementes que das vossas mãos voam
caiam espalhados na terra para germinar.
Cânticos alegres adormeçam os que sonham,
os que o mundo poderão talvez um dia mudar.

 O meu sentir profundo por todos que no mundo habitam e nada podem fazer para se defender, se cuidar, seus filhos ver crescer. Para todos que sofrem a maldade de outros homens, que vagueiam à procura e não encontram. Por todos que lutam, sobrevivem, cuidam, não se resignam, dão o seu melhor todos os dias. Que de alguma forma isso possa um dia fazer a diferença se formos cada vez mais. Se unirmos os nossos braços talvez um dia o mundo possamos abraçar. Que os que adormecem na dor, possam sonhar, possam voltar a acordar. Que haja Deus para todos.


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