sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Pensando





Agora que aqui estou, pensando,
tentando achar algo que procuro,
só encontro o que não procuro,
só procuro o que não encontro.

Erguem-se os estandartes, bem alto.
Firmes estão junto ao tronco exausto,
que se mantêm firme até desfalecer,
por entre as espadas, até morrer.

De um singelo propósito não ouso revelar
a vida que na alma habita, de forma discreta
aos olhares indiscretos que a ameaçam.
Por medo, por insegura se sentir, por lá fica.

São eternas ternas recordações que teimam
contra a vontade do destino viver, permanecer.
Estranho todo este sentir e não descobrir
se alimento ou veneno o é para a alma.

Sem propósito algum aqui me encontro
rabiscando pedaços de papel, pedaços.
Estranha a melodia que não se afasta,
nefasta por tão incontornável envolvência.

Todo o acontecimento me parece trivial,
pouco ousado, nada criativo, o ir mais além.
Passadas diferentes preciso para caminhar
outros mundos, outros tempos, ousar sonhar.

2 comentários:

  1. Pai tens de me explicar este poema. Que eu pouco ou nada entendi :) Abraço enorme. Amanhã vou ler outro, a ver se te entendo. LOL

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    1. Bom dia. Quando escrevemos, partilhamos, as palavras deixam de ser nossas. Seguem o seu caminho. O que sentimos não é de todo o mais importante. O que acontece é que quem lê vai dar-lhe a sua interpretação, o que sente ao ler. Para mim que o escreveu o seu significado é próprio, mas não deve ser único. O que pretendo dizer é que o mais importante é o que cada um sente, imagina o que vai na alma do autor, o que lhe provoca na alma. O que pretendi comunicar foi uma certa frustração interior. Dai o dizer que procuro o que não encontro, mesmo não sabendo o que procuro. Apenas sei que não é o que procuro enquanto não encontrar algo que me "satisfaça". Por vezes nunca chegamos a encontrar o que procuramos, por mais que "achemos", que encontremos. Somos insaciáveis por natureza, queremos sempre mais. Erguemos bem alto os estandartes, os sonhos, até que eles morram nas espadas do destino, do nosso destino, sem se concretizar, mesmo exaustos continuaremos a defendê-los com a própria vida, toda a nossa existência. Um sonho só é sonho se a nossa vontade seja incondicional em lutar por eles, mesmo com o sacrificio da nossa "vida", da nossa existência. As recordações que nos vão na alma são por vezes o "veneno" que nos vai matando, nos vai fazendo vaguear, sendo doces recordações que queremos sempre guardar, Podem nos impedir de seguir o caminho, novos caminhos, viver no mundo real que está acontecendo a todo o momento. Quantas vezes temos de nos libertar para de novo nos entregarmos. Essa "melodia" que nos envolve, a das recordações, por tão envolvente pode ser nefasta por não nos deixar respirar, outros caminhos encontrar.Por isso é necessário caminhar com passadas diferentes para voltar a percorrer outros caminhos, novos caminhos, voltar a sonhar. O voltar a sonhar é viver de novo, mesmo que seja na procura do sonho antigo. Mas é necessário libertarmo-nos, não sermos prisioneiros das recordações, mas sim que elas nos sirvam de inspiração, quem sabe de motivação. Espero que esta minha visão do que escrevi te ajude a compreender o poema. Obrigado pelo comentário e um até breve.

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