O novo Homem
O Homem como
qualquer outro Ser Vivo nasce com o instinto pela sobrevivência. No começo,
tinha de se defender dos perigos que existiam na Natureza. Instalou-se em
cavernas como refúgio para se proteger dos seus predadores e ter algum conforto
em condições climatéricas adversas. O princípio era sobreviver e preservar a
sua espécie. Foi evoluindo as suas técnicas e habilidades. Descobriu como
manipular o fogo, construiu ferramentas para se defender dos predadores e ao
mesmo tempo obter mais facilmente alimento: aperfeiçoamento da arte de caçar e
desenvolvimento da agricultura.
Hoje o
princípio mantém-se. No entanto o Novo Homem para sobreviver não tem apenas de
se defender dos seus “predadores”, mas também necessita de ter inúmeros conhecimentos
para se orientar nesta sociedade. Desde que nasce, a sociedade prepara-o para o
complicado sistema em terá que se inserir.
As cavernas
transformaram-se em apartamentos, o “fogo” transformou-se em informação. Isto
é, como outrora o domínio do fogo era essencial para se proteger e viver
melhor, hoje o conhecimento é essencial para os mesmos fins. Ou seja um cidadão
comum necessita de uma longa aprendizagem apenas para levar o dia-a-dia. Os
predadores continuam a existir, sobre outra forma, mas igualmente vorazes e
dizimadores. O Novo Homem continua a ter que dominar armas de defesa para não
ser uma presa fácil. É fácil perceber esta ideia se pensarmos no que acontece
com uma publicidade enganosa. Se este não possuir um espírito crítico apurado é
facilmente manipulado.
Contudo, o
novo Homem tornou-se vítima do que criou. Os meios de comunicação social
através da informação que nos transmitem moldam a nossa personalidade. Podemos
dizer que o Homem é muito permeável em relação à informação que o rodeia. Pode
acabar mesmo por ser o “fruto” dessa mesma informação. Com isto ele torna-se
num ser sem personalidade própria perdendo a sua singularidade. As suas ideias
deixam de vir do seu “interior” e passam a vir da sua capacidade de analisar e
gerir a informação com que é diariamente “bombardeado”. No entanto este novo
ser é estranho. Enquanto pensa que se pode afirmar pela sua singularidade,
capacidade crítica, espírito criativo, pensamento livre e sonhador, está na
realidade acorrentado às regras e informação que lhe são infligidas. Deverá e
quererá Libertar-se?
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