terça-feira, 8 de maio de 2012

Trabalho sobre Mia Couto


António Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, biólogo e escritor de profissão, nasceu a 5 de Julho de 1955. Nasceu em Moçambique na cidade da Beira, capital da Província de Sofala, sendo filho de portugueses.
            Os primeiros poemas publicados datam de 1969,ou seja, tinha apenas 14 anos. É hoje visto como uma referência na literatura africana e mundial. É considerado um dos melhores escritores africanos do século XX.Com os seus livros ganhou vários prémios, destacando-se o livro “Terra Sonâmbula” que é considerada um dos doze melhores livros Africanos do século XX.
         Mia Couto usa na sua escrita uma linguagem muito rica em neologismos. Ou seja, gosta de “inventar” palavras. O significado dessas palavras “inventadas”  é de fácil compreensão para o leitor, tornando-se um pouco uma das suas marcas pessoais.
         As suas obras reflectem muito toda a sua experiência de vida, muito diversificada e ligada ao conhecimento. Numa breve análise à biografia vemos que começou por estudar medicina, seguiu-se a actividade jornalística em vários campos, acabando por tirar o curso de Biologia na área de Ecologia em 1989. Durante todo este percurso de vida nunca abandonou a escrita, sendo ela uma paixão constante (nos vários géneros).
         Escrita essa que se encontra hoje traduzia em várias línguas, e com um número considerável de leitores amantes da sua escrita e da sua forma peculiar de comunicar. É hoje o escritor moçambicano mais traduzido e divulgado no estrangeiro. Em Portugal já vendeu mais de 400mil exemplares o que demonstra a progressiva adesão dos leitores às suas obras.
         A maneira como escreve reflecte muito a sua ligação à Vida, à Terra, às Raízes, às tradições, aos mitos e lendas, às memórias que todos os povos possuem. Não é em vão que ele diz que “cada homem é uma raça” ou “cada velho que morre é uma biblioteca que arde”. Mesmo tendo uma escrita de fácil leitura, é muito rica em simbolismos e com mensagens intrínsecas muito complexas revelando a sua ligação pessoal e profissional à Terra, à flora, à fauna, e aos povos que nela habitam conseguindo estabelecer ligações de culturas milenares com os meios de conhecimento actual e diagnóstico actuais. Revela uma vocação e génio natural para assimilar na sua escrita o Homem e a Terra como algo inseparável, presos por um cordão umbilical em que o bater do coração é único.   



Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço


Mia Couto





1 – Com isto entendo que o poeta necessita de viver várias realidades para saber quem realmente é.
2 – Com a expressão “Sou grão de rocha” o sujeito poético assume-se como parte integrante de algo maior. Se o grão é o indivíduo, a rocha irá simbolizar a sociedade no seu todo. O erosão provocada pelo vento é a mudança (erosão). Podemos comprovar essa força abrasiva através de alguns textos sobre a sociedade actual. De autoria de Mia Couto. Textos esses que emitem uma opinião muito critica sobre os valores que actualmente se defendem na nossa sociedade.
6 – Ao analisar a última estrofe concluo que num mundo em que o poeta não se identifica, que combate, não consegue viver. Na sua obra literária, no mundo criado pelas palavras e ideias que defende, ele nasce como poeta e estadista do seu tempo.
Analisando formalmente, é de realçar a irregularidade métrica e estrofica. O recurso a algumas figuras de estilo, como as metáforas, ou a anáfora nas 2º,3º,4º estrofes…

è Este mostra-nos que podem existir diversas mensagens dentro de uma simples frase.


Conclusão: Eu escolhi este poema porque gosto muito dele. Numa linguagem simples ele deixa-nos a pensar. Isso é que é a verdadeira arte. A interpretação e valoração do sentido do poema saem do domínio do poeta e passa a ser algo único em cada leitor. Quero com isto dizer que cada um de nós deve ter a sua interpretação própria e única. Espero que tenham gostado não só de o ler mas de o interiorizar, imaginando todos os sentidos que cada estrofe possa ter.   


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